
Em Ano Santo, na Galiza, todos os caminhos vão dar a Santiago. Não importa o que as move, o Caminho une-as: mais de 300 mil pessoas por ano passam pela rota de peregrinação mais antiga da Europa, cada uma com a sua forma individual de percorrer e viver o Caminho.
São quase tantos os motivos para fazer o Caminho de Santiago como os peregrinos que nele se aventuram: busca espiritual, realização pessoal, interesse cultural, encontro com a natureza ou paixão pela prática desportiva. Mas qualquer que seja o seu ponto de partida, no destino todos chegam à mesma conclusão: a experiência vale muitíssimo a pena.
Tanto quanto pela chegada à tão ansiada catedral de Santiago, em Santiago de Compostela, o Caminho de Santiago vale pelos incontáveis pontos de atração espalhados por todo o percurso. Desde logo, o Caminho de Santiago promete abrir-lhe o apetite, convidando-o a desfrutar da magnífica gastronomia local. Nas diferentes localidades, inclusive, muitos restaurantes dispõem de um “menu do peregrino”, uma forma económica de provar os pratos típicos de cada região.
Com as energias repostas para seguir Caminho, as vistas que o irão acompanhar no decurso da viagem são igualmente de encher o olho. Durante o Caminho, e consoante a rota escolhida, os peregrinos poderão encontrar diversos espaços declarados Património da Humanidade pela UNESCO. No leque de edifícios históricos, que não pode deixar de visitar, destacam-se os mosteiros de Yuso e Suso, em San Millán de la Cogolla, na comunidade de La Rioja ou as igrejas de Santa María del Naranco, San Miguel de Lillo e San Julián de Prados, em Oviedo. Já quanto às maravilhas naturais, são de paragem obrigatória o Parque e Complexo Arqueológico da Serra de Atapuerca, em Burgos, e, muito perto, em Santillana del Mar, o maior tesouro da arte rupestre espanhola: a gruta de Altamira.
Ao longo de toda a rota, aliás, é constante a comunhão profunda com a natureza. Desde as aldeias nas montanhas dos Pirenéus até ao destino final, nas colinas da Galiza, durante o Caminho irá cruzar-se com prados e bosques de encantar, ver falésias de cortar a respiração e terá a oportunidade de visitar incríveis parques nacionais.
São múltiplas as rotas que conduzem a Santiago de Compostela. Não há, por isso, um único Caminho de Santiago, mas vários. Pode cumpri‑los na totalidade ou eleger parte dos percursos. No Caminho Francês – a variante com maior tradição histórica, seguida pela maioria dos peregrinos durante a Idade Média – sentir-se-á a viajar no tempo. Se optar por esta rota, e se quiser fazê-la na totalidade, começará a sua aventura nos Pirenéus – em Roncesvalles (Navarra) ou Somport (Aragão), sendo que ambos os traçados se unem ao chegar a Puente de la Reina (Navarra) – e continuará em direção ao sul da Cordilheira Cantábrica, até chegar à Galiza.
Por sua vez, o Caminho do Norte estende-se ao longo das margens do mar Cantábrico. Tão antigo como o Caminho Francês, é um dos mais bonitos e emocionantes, e levá-lo-á a conhecer as paisagens do litoral do País Basco, Cantábria, Astúrias e Galiza de uma forma privilegiada. E prepare-se para se deixar arrebatar, porque este traçado do Caminho é a variante com mais espaços declarados Património da Humanidade pela UNESCO. Se o quiser percorrer na totalidade, a primeira etapa da viagem será Irún (Euskadi/País Basco), na fronteira com França.
Partindo de Oviedo, o Caminho Primitivo é o mais antigo de todos os caminhos de Santiago. Seguindo um percurso que os peregrinos foram deixando desde o século IX através do interior oeste das Astúrias, quase não tem troços em asfalto, pelo que poderá desfrutar completamente dos verdes vales asturianos ao longo do todo o trajeto.
Para chegar a Santiago de Compostela, pode ainda seguir outras rotas secundárias. É o caso do Caminho Português, que o levará desde Lisboa ao longo da costa atlântica até ao Porto, para depois entrar na Galiza pela fronteira de Tui (Pontevedra). Terá à sua disposição também o Caminho Inglês, o dos peregrinos britânicos e escandinavos que desembarcavam em Ferrol ou A Coruña, ou a Via da Prata, uma antiga rota cultural e comercial que atravessa Espanha desde Sevilha, no sul, até Gijón, no norte, conectando-se com vários itinerários do Caminho de Santiago.
Independentemente do trajeto eleito, sentir-se-á sempre acompanhado em todo o Caminho. A hospitalidade dos habitantes dos lugares pelos quais vai passar, comprometidos com o peregrino, vai fazer com que se sinta em casa. Do que está à espera para se fazer ao Caminho?
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